domingo, 21 de novembro de 2010

PERSEGUINDO A MORTE


A dor, o sofrimento, a agonia, sentimentos duros de suportar quando alguém se vai. Ela era feliz, ate que a morte visitou os que ela tanto amava e em instantes a ela tomou em seus braços e levou dela todos.
Ela ficou só, a morte é impiedosa, insensível, e sem perceber criou o mais brutal dos sentimentos no coração daquela mulher, o ódio germinou dentro dela, ódio da morte, pois por culpa dela foram-se todos os que ela amava.
Essa mulher agora perseguia incansavelmente a morte, o ódio, a raiva trasbordava pelos seus olhos. A morte à vela temia tal mulher, corria, temendo que sofre-se nas mãos sanguinárias de mulher louca por vingança. Nada podia pará-la, e a morte sabia disso, ficava a rezar ao seu criador para que parasse a tal mulher louca, e para seu desespero seu deus lhe disse que não tinha mais controle sobre o coração de sua criança furiosa.
Pobre morte, perseguida por um humano sedento por vingança. Depois de tanto correr a morte ficou encurralada e olhou seu pesadelo no fundo dos olhos, naquele momento ela sentia algo novo, sentia o mais frio, o mais medonho dos medos sacudindo sua existência.
Com passos lentos a tal mulher caminha em direção a morte, e a morte agora rezava para que o Diabo lhe ajuda-se, já que Deus já tinha a abandonado. Mas ao ver os olhos daquela mulher o próprio diabo voltou para o inferno e se escondeu no mais fundo buraco temendo ela.
O céu se fechou, pois o Sol não queria ver a brutalidade que iria acontecer, e a Lua se recusava a aparecer e escondia as estrelas para que elas também não tivessem a infelicidade de presenciar aquilo.
O tempo parou e a mulher atravessou a morte com a sua lamina feita de lagrimas, sangue, ódio, raiva, dor, desespero e todos os sentimentos mais medonhos e negros que alguém já sentiu.
Pela primeira vez a morte sentiu o seu próprio poder, sua existência se foi e voltou novamente, e pelo ato insano de matar a morte, aquela mulher foi castigada.
Agora ela vivia para sempre e dava aos outros humanos a imortalidade em troca de sangue.
E foi perseguindo a morte que nasceu o primeiro vampiro, e foi perseguindo a morte que a própria morte morreu a primeira e única vez de sua existência.

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