sábado, 20 de novembro de 2010

A CRIATURA


Brincando com a vida criaram uma criatura. Sem sentimentos era tal criatura, sem escrúpulos ela se alimentava da felicidade, medo e vida de suas vitimas, matando-as lentamente enquanto sugava tudo com seu olhar faminto e sedento por sangue.
Tal criatura queria saber o que era amor, pena dava-me em ver ela a procurar o amor na morte dos humanos nus, só encontrava o que sempre conheceu, o ódio, o medo, o desprezo. Desesperada a criatura implorava ao seu mestre, para que ele desse a ela o dom de amar. O mestre de coração seco disse a criatura que nunca daria o que lhe pedia, então ela o matou, mas não o comeu, deixou sua carne podre para os abutres de paladar diabólico.
Saindo pelas ruas cercadas por prédios ela gemia, os mesmos olhos que expressavam ódio, agora trasbordavam lagrimas de tristeza, a mesma boca que blasfemava e comia a carne dura dos humanos, agora chorava a dor de estar sozinha, os mesmos ouvidos que ouviam a morte de suas vitimas, agora sentiam o silencio da solidão.
Pobre criatura, agora sozinha em seu mundo cinza, matava a procura do amor.

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