domingo, 21 de novembro de 2010

O VALE DAS LAMENTAÇÕES


Como o vento, uma alma voa a procura de seu verdadeiro tumulo, ele esta em meio aos espelhos de seu ser.
A alma voa por cima das nuvens, na esperança de que a lapide com seu nome apareça dentre os arco-íris noturnos.
A chuva é densa, o vento forte e frio e o tempo pesado demais para aquela alma com seus instantes contados nesse mundo. Ela sobrevoava as copas das arvores na tentativa de que a luz de sua essência fizesse com que as sobras das arvores apontassem em direção ao seu tumulo.
Era tarde, tarde demais, o tempo daquela alma estava se esgotando a cada suspiro de desespero que ela dava. Sem mais para onde ir, sem mais aonde procurar a alma sem tumulo colheu uma rosa, deitou-se no chão com as rosas envolta nos braços, e sutilmente deixou que as raízes a consumissem.
Tempos se passaram e a rosa que antes estava nos braços de uma alma tinha ganhado raízes novamente, uma rosa branca de caule negro, que derramava lagrimas por ter absorvido a infelicidade daquela alma.
A rosa nunca murchou, ficou para sempre alimentando suas raízes e as raízes do vale com suas lagrimas de dor e tristeza, chamando outras almas.
E assim se fez o Vale das Lamentações, onde todos iam chorar para satisfazer as rosas brancas de caule negro famintas por lagrimas.

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