domingo, 21 de novembro de 2010

A MORTE E O SÁBIO


Certa vez, um velho homem, de barba comprida como sua sabedoria, estava a pensar. Ele estava perto de sua morte, e sabia disso, não demorou até que ela viesse pega-lo.
A Morte ao chegar, agarrou-o então pelo braço e logo tentou levá-lo para seu reinado, mas o peso do saber não deixava o corpo do homem sábio sair do banco em que estava sentado.
Intrigada com o fenômeno inédito aos seus olhos não carnais, perguntou ao sábio o porquê dele não ir ao descanso, o sábio, logo olhou para os olhos secos da morte, e a deixou deliciar o silencio.
A Morte insatisfeita com o gosto misterioso do silencio, passou a lhe questionar novamente, e novamente aquele sábio homem de barbas compridas como o seu saber ficou calado enquanto olhava os olhos da morte.
A existência sinistra se levantou e se pois em frente ao sábio de barbas compridas, e novamente lhe questionou; e para deleite do desespero, a morte só ouviu o silencio que estava a desprezar.
Então o sábio se levantou e perguntou a morte o porquê de ela não morrer.
A Morte com um tom astuto respondeu que ela não tinha por que morrer, e que seu destino era somente conduzir as almas até seu reinado.
O sábio logo se pois a sentar novamente e pensou, não demorou para que a Morte ficasse inquieta e novamente lhe questionou, mas dessa vez, lhe perguntou o porque de tanto pensar.
O homem de barbas grandes como seu saber pesado e solido por um momento manteve o silencio que tanto prezava, mas logo respondeu a Morte: Eu não sei, eu sou um homem.

2 comentários: